As endotoxinas são lipopolissacarídeos (LPS) encontrados na membrana das bactérias gram-negativas. As endotoxinas bacterianas são pirogênicas, portanto, entrar em contato com o corpo humano pode causar febre. Com doses altas, as endotoxinas podem produzir um choque séptico, o que pode causar a morte.
Os seres humanos são particularmente sensíveis às endotoxinas em comparação com outros animais. Por exemplo, os camundongos podem tolerar uma dose de endotoxinas mil vezes maior que a dos humanos. É por esse motivo que os seres humanos têm níveis mais altos de anticorpos naturais na corrente sanguínea. Essa grande sensibilidade dos seres humanos é a razão pela qual a FDA aplica limites estritos aos níveis de endotoxina em dispositivos médicos e farmacêuticos, que devem ser verificados por testes como o teste LAL.
Além dos riscos associados à exposição aguda, uma baixa exposição a endotoxinas bacterianas também pode causar doenças crônicas na saúde. Um dos exemplos é a obesidade. A Organização Mundial da Saúde estima que 39% dos adultos em todo o mundo estão acima do peso e 13% são obesos. Existem muitos fatores que contribuem para essa epidemia de obesidade, mas estudos recentes sugerem que as endotoxinas podem ser um dos fatores.
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Sabe-se que a inflamação está intimamente relacionada ao metabolismo e peso corporal. As reações inflamatórias, especialmente em uma parte do cérebro chamada hipotálamo, contribuem para o aparecimento e a persistência da obesidade.
Dada sua capacidade de produzir inflamação, as endotoxinas podem ser um fator que contribui para a obesidade. Um estudo determinou que, ao injetar baixos níveis de LPS bacteriano em camundongos todos os dias durante quatro semanas, eles se tornaram obesos apesar de consumir uma dieta normal.
A exposição a endotoxinas pode ter uma origem externa, como infecção por bactérias gram-negativas ou exposição a medicamentos ou dispositivos médicos contaminados. Além disso, uma vez que aproximadamente 70% do microbioma intestinal é constituído por bactérias gram-negativas, nossos sistemas gastrointestinais também podem ser uma fonte potencial de endotoxinas.
Por exemplo, outro estudo mostrou que camundongos alimentados com uma dieta rica em gordura desenvolveram uma barreira intestinal mais fraca, o que permitiu que as endotoxinas do microbioma intestinal entrassem na corrente sanguínea. Isso contribuiu para o desenvolvimento de inflamação de baixo nível e de obesidade. Quando os camundongos foram alimentados adicionando probióticos (que ajudam a criar uma barreira intestinal mais robusta) à mesma dieta, os efeitos da dieta rica em gordura foram reduzidos.
Essa conexão entre endotoxinas e obsessões também foi demonstrada em estudos em seres humanos. As pessoas injetadas com baixos níveis de LPS bacteriano (0,6 ng por kg de peso corporal) tiveram um aumento de até 100 vezes em suas citocinas pró-inflamatórias. A injeção também reduziu temporariamente sua sensibilidade à insulina, um hormônio que contribui para a eliminação do açúcar no sangue.
Além disso, o risco de desenvolver outras doenças relacionadas à obesidade, incluindo doenças cardiovasculares e diabetes, aumenta em pessoas com altos níveis de endotoxinas no sangue.
Em conclusão, mais e mais estudos sugerem que a exposição a endotoxinas bacterianas (de fontes exógenas ou endógenas) pode aumentar o risco de obesidade e outros distúrbios metabólicos. Esses estudos destacam a importância dos testes de endotoxina em produtos farmacêuticos, bem como aumentam a conscientização sobre o papel das bactérias intestinais na saúde e nas doenças humanas.
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