As endotoxinas bacterianas são lipopolissacarídeos (LPS) que podem estar presentes em altas concentrações na denominada poeira orgânica e no ar contaminado. Os LPS provêm da parede celular das bactérias Gram negativas e, dada a ubiquidade das mesmas, é muito provável que toda a população esteja exposta à sua inalação, mesmo nas suas casas. Devido ao facto de que as endotoxinas desencadeiam reações inflamatórias, desde há muitos anos os cientistas têm considerado que exacerbam as doenças respiratórias, em particular a asma. Nos estudos com animais observou-se que as endotoxinas causam deformidades na estrutura e função pulmonar. Tanto os estudos in vitro com células pulmonares como os estudos com animais demonstram que os efeitos das endotoxinas são complexos e dependem tanto do hóspede como do ambiente.
Em 1996 é publicado o trabalho denominado "Severity of asthma is related to endotoxin in house dust", onde os autores afirmam que as endotoxinas, unidas à exposição a outros agentes alergénios, têm uma influência direta na gravidade da asma de que os doentes padecem. As pessoas expostas a altas doses de endotoxinas necessitam ingerir ou inalar diariamente maior quantidade de medicamentos para controlar os ataques de asma. Embora a asma seja uma doença bastante comum e que afeta um maior número de pessoas a cada dia, as causas que provocam o aparecimento da mesma ainda estão a ser estudadas. O que se sabe é que a asma pode ser dividida em vários subtipos clínicos, que têm um padrão de hereditariedade complexo, e que é influenciada por múltiplos poluentes ambientais.
A relação da asma com a exposição a endotoxinas não parece ser tão simples, pois alguns autores demonstraram que a exposição temporária de endotoxinas a crianças, como a que pode ocorrer em ambientes rurais, reduzem a incidência de asma, e chegaram à conclusão que até pode ser considerado um fator de proteção. Doreswamy et al. fizeram uma revisão de mais de 70 estudos realizados sobre o efeito das endotoxinas em ambientes residenciais urbanos e concluíram que, em muitos dos resultados, é possível observar que a exposição a endotoxinas protege as pessoas contra a asma, caso não tenham outros fatores de risco. Mais recentemente foi realizada uma investigação que mostrou que a exposição a endotoxinas, associada à nicotina, de facto piora a asma. No entanto pode haver um efeito protetor no caso da exposição conjunta com altos níveis de óxidos de nitrogénio.
Numerosos estudos têm sido levados a cabo depois dos descritos anteriormente, e hoje em dia é aceite que as endotoxinas bacterianas causam uma forma biológica única de asma, de modo que os LPS devem ser considerados um grave risco para o desenvolvimento de doenças respiratórias em seres humanos, embora o seu efeito dependa do ambiente. É necessário continuar a investigar, com o objetivo de esclarecer alguns resultados que parecem ser contraditórios, embora as estimativas estatísticas e a população da amostra em que se baseiam os estudos sejam frequentemente o que leva a conclusões erradas. Para levar a cabo todas estas investigações, que conduzem à compreensão dos mecanismos genéticos e à epidemiologia das doenças respiratórias, é necessário que os cientistas contem com ferramentas para a quantificação de endotoxinas em diferentes meios, como os kits prontos a ser usados, como os que a marca PYROSTAR™ oferecem.
Tanto os kits de reagentes como os acessórios da PYROSTAR™ estão desenhados para ser utilizados no ensaio LAL, que se considera ser o mais fiável para a deteção de endotoxinas bacterianas. Entre os acessórios a Wako oferece através desta marca estão os tubos de ensaio de borosilicato, com e sem tampa; a água reagente LAL que é água destilada para injeção livre de endotoxinas e os acessórios da série BioClean® que incluem pontas de pipetas e tips também estéreis e com uma qualidade adequada para ser usada no ensaio de LAL.
1) Michel, J Kips, J Duchateau, F Vertongen, L Robert, H Collet, R Pauwels, and R Sergysels , American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, (1996), 154, 6, 1641-6.
2) Doreswamy V, Peden DB. Modulation of asthma by endotoxin. Clin Exp Allergy 2011;41:9–19.
3) Matsui, et al., American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, Vol. 188, No. 10 (2013), pp. 1210–1215.
4) Park J, Gold D, Spiegelman D, Burge H, Milton D., Am J Respir Crit Care Med., (2001), 163, 322–328
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